Um descuido. Um momento de distração foi o suficiente para mudar a vida de muitas mulheres paraenses que sofreram escalpelamento. A história se repete na maioria das vezes. “Estava distraída no barco e fui pegar um objeto que caiu próximo ao motor. Depois já não me lembro de mais nada. Apaguei. E quando acordei estava completamente deformada”, lembra a dona de casa Maria Raimunda Teixeira, 33 anos, moradora do município de Bagre.
Em busca de apoio psicológico e de tratamento, as mulheres acidentadas são encaminhadas para a Santa Casa de Misericórdia, no Espaço Acolher que integra o Programa de Atenção Integral às Vítimas de Escalpelamento (Paives). Lá, elas permanecem após a alta hospitalar, quando ainda precisam de atendimento psicossocial e acompanhamento ambulatorial. O espaço existe há quatro anos, têm capacidade para atender 28 pacientes. Atualmente, os 28 leitos estão ocupados. Maria de Lourdes Cardoso, 39 anos e sua filha Larissa Cardoso, 11 anos, vítimas do acidente, são umas das pacientes que estão em tratamento no espaço. O acidente aconteceu em períodos diferentes e transformou a vida da família. “Hoje a nossa casa é praticamente aqui no Espaço Acolher. Nos sentimos mais seguras aqui e menos discriminadas”, conta Maria.
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